sexta-feira, 8 de outubro de 2010

I a monster ?





Monstro irracional

O que fazer ?
O que fazer quando o que se encontra no teu recôndito torna-se o teu monstro particular ?
Perguntas te rodeiam e você descobre que, na verdade, o que você mais odeia, é a resposta para elas. Você tenta buscar outras alternativas, motivos e a única coisa que você encontra é o seu monstro, seu pesadelo.
Será isso o castigo dos pecados cometidos ?
Será isso, dos perdões que neguei ?
Das pessoas cujo machuquei ?
Dos corações feridos e partidos que deixei pelo meu caminho até aqui ?
O que eu mais odeio habita em mim agora, torna-me odiável também. Em meu âmago eu só vejo o abismo, casa deste novo monstro irracional que da minha alma se alimenta, que do meu corpo fez-se sua casa, bela e terrível casa.
Abomina-me, é possível abominar-se consigo mesmo ?
Onde eu fui parar ?
Quem sou eu ?
Interrogações, interrogações... São minhas melhores amigas, é preferível as interrogações do que as suas respostas.
Já não basta o monstro me roubar, roubar o "meu eu" interno, agora ele quer o que me resta, família, amigos, sonhos... o meu futuro.
Ele não se contenta, acaba com amizades, destrói laços, comedor de sonhos, aonde mais ele vai me levar ?
Onde ele quer chegar ?
Quem sou eu ?
No que me tornei ?
Eu me vejo, ou pelo menos o que um dia eu fui, reprimida em letras, presa em versos, encontrada também em textos. Levada para longe de mim mesma, minha alma estás a vagar, pela imensidão dos mares, pelo azul do céu, rua após rua, chão sobre chão, ela não se cansa, porém és medrosa.
Já tentaste lutar pelo que te roubaram ? Reconquistar o que era teu, por direito e dever, crer em novos sonhos, reconstruir seu laços familiares, reestabelecer antigas amizades... ter de volta o teu futuro... o meu futuro.
Após a reconquista, percebo que o monstro tornou-se "domável", fácil de convivência, passei a gostar dele, porém, ainda vai contra tudo em que acredito, mas ele me vez ver um outro lado do mundo... do meu mundo.
Sinto-me viva de novo. Será mesmo ?
O monstro em mim ainda habita e, ele espera, no momento certo ele há de reviver e reaver o tempo perdido, ele há de reerguer.
Eu só espero que até lá, eu esteja pronta para lutar novamente, lutar por mim... pelo "meu eu".

Gabriela de Oliveira Rocha

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