quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

So, I cry...



Veneno Mortal

Vejo a chuva caindo lentamente. Seus pingos, pequenas lágrimas das nuvens, que lavam a face da terra, não tão diferente das minhas, que agora lavam o meu rosto.
Sentimentos controversos e dolorosos guerrilham em meu âmago, onde a gloriosa rainha Dor agora habita.
O amor, após eclosão, virou cinzas.
A Tristeza coordena a guerra, fincada de maneira brutal no âmago do meu ser, ao lado da Dor.
A Tristeza sorri, gosta de me maltratar, é prazeroso pra Tristeza recordar meus erros, é prazeroso à própria, fazer com que eu mesma me destrua.
A Solidão me assombra, me arrasta para a Escuridão, onde sinto a demasiada Dor, a demasiada Tristeza.
Uma mistura mortal para um ser... Solidão, Tristeza, Escuridão e, por fim, a Dor. Todas nascidas das cinzas de uma romance ruim e, infelizmente, sem fim.
O amor, após eclosão, tornou-se um veneno. Antes doce demais, agora, amargo.
E eu agora provo deste veneno amargo, feito de Dor, Tristeza, Solidão e Escuridão.
E, só de lembrar, sinto a Dor corroendo tudo o que há em mim.
Onde está a felicidade ? Não vejo mais o mesmo sorriso que via antes em seu belo rosto !
Onde está o seu carinho ? Suas mãos jamais se entrelaçaram nas minhas como antigamente !
Ainda sinto os estilhaços da eclosão de tal amor, tais estilhaços me causam dor. A inigualável dor que sempre volta rastejando para o meu mórbido coração e no fim, só restam os cacos do próprio. Por mais que eu tente colar esses cacos, sempre restaram as rachaduras... Feridas incuráveis...
Não há antídoto para este veneno. Não há mesmo. Nada jamais irá me fazer esquecer-te, nada nesse mundo jamais irá fazer a Dor passar...
E a Tristeza sorri, ela gosta de me maltratar e no fim, eu percebi que é isso que me faz te amar.

Gabriela de Oliveira Rocha

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